Mosaico De Palavras - Amargo e Doce Canto

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Amargo e Doce Canto

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ISBN 978-989-8682-67-3

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(…) a poesia de Elvira Santos é canto por muitas razões. Ao invés de um discurso narrativo, hoje mais comum do que o desejável em “poesia”, encontramos uma musicalidade que é, já em si, uma canção. Emotiva e marcadamente expressiva, parece reclamar um canto, uma voz. É um facto sobejamente conhecido que existe uma cumplicidade entre a expressão poética e a tendência para o canto. Este “Amargo e doce canto” não faz outra coisa que não seja corroborar essa ideia por muitos defendida.

Elvira Santos diz ter começado “por escrever com uma pena” e afirma: “Sei que não sou nada,/ que não tenho nada / - só milhões de sonhos / preenchem o vazio do/ meu nada.”

Enganou-nos, ou melhor, tenta enganar-nos, já que não cairemos no seu engodo, a partir da primeira página do seu livro. É, ao invés, de “nada”, um “muito”, uma grande poetisa que, a partir de um suposto “nada”, nos preenche a alma com os seus sonhos (…).

Goreti Dias