Ao entrar na Igreja de S. João de Souto para celebrar a sua primeira missa como arcebispo de Braga, o olhar de D. Diogo de Sousa capta o rosto de uma mulher que fora sua amada, muito antes de ele ser quem é.
“Seria possível? Seria Júlia? Aqui?”
Há quase vinte anos atrás, ela desaparecera-lhe subitamente. E ele, antes de viajar para Salamanca, para continuar os seus estudos, ainda a procurara. Se o parto ocorrera, não o soubera. Júlia não o procurara para qualquer ajuda. E ele, subindo os degraus, de Salamanca para Paris, depois para o Vaticano, Lisboa e, por fim, Braga, esqueceu-a.
Agora, após aquela fugaz visão, o arcebispo não resiste à lembrança do seu amor e desencadeia uma busca obstinada por Júlia, acabando por descobrir que tem uma filha, Teresa. A filha do arcebispo.
Que caminho escolherá o arcebispo: assumir-se como pai e homem que ama (ou amou) ou defender o seu cargo – o seu poder?
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