Poesia inconformista, tanto de confronto com o exterior como de introspecção e mergulho dentro de si próprio. O poeta é atento, senhor de olhar vigilante e acutilante sobre o mundo que o rodeia, atirando versos contra as correntes dominantes como se fosse “o último dos manequins” a quem despiram as vestes e funções, permitindo-se desfiar ideias e pensamentos nascidos da observação do real, assim como imprecações e vozes de comando, ou recusas gritadas ao vento; mas o poeta é também a metade de uma unidade que constrói com a pessoa amada, a quem tanto demonstra a necessidade da sua afeição como a raiva do risco (e facto) da sua perda. Ou melhor, da perda mútua, pois sabe que também ele se perde do tu amado. E, acima de tudo, o poeta é o uno, sozinho, capaz de se escalpelizar, em belíssimos e profundos poemas intimistas, onde tanto veste a serenidade da aceitação como a dor da vacuidade da vida.
Versos quase sempre a tender para o longo, porque o poeta tem a algibeira cheia de palavras para cimentar versos ora fortes e duros, ora fortes e macios como o amor, com os “cabelos ao vento”.
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