Ambos, poemas e contos, respondem bem pela sua paternidade, denunciando cumplicemente a sua origem, da mesma postura perante a vida, num misto de melancolia e ternura pelos seres e coisas mais insignificantes, uma suave angústia perante os dentes do tempo, que, impavidamente, nos encaminha, ora a bem, ora a mal, para a ladeira derradeira – o que, aliás, é logo denunciado pelo próprio título da obra. Um livro fascinante, de regresso ao húmus, mas também à corrente límpida das palavras, que, tal como os cenários e seres que descreve e recria, se nos revelam em toda a inocência, a inocência de um texto que pode e deve ser lido por todos e para todos.
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