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A Arte pela Escrita 6

A Arte pela Escrita 6
ISBN: 978-989-8682-05-5

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O que são três quarteirões de autores numa antologia?

Um livro de amigos, uma partilha…

Inúmeras variáveis influem no modo como um texto literário é recebido e entendido, contribuindo para fazer o leitor permanecer ou não interessado na leitura e, até, na busca de mais do mesmo autor ou de similar tema. Analisando essas variáveis, chegamos à conclusão de que uma simples e até coerente avaliação estética não serve como parâmetro exclusivo para nomear uma obra de boa ou má. Ademais, a falta de familiaridade com alguns desses fatores estéticos poderá impedir que o leitor perceba o que não é de imediato percetível. Essa a razão pela qual muitos leitores iniciam a leitura de um clássico com a ideia pré concebida de que “ se tantas pessoas dizem que essa obra é boa, é porque é” e, depois, se dececionam. Se faltar ao leitor uma ou mais referências culturais exploradas na obra, a leitura torna-se enfadonha ou incompreensível. Essa a razão pela qual ocorrem desfasamentos entre o ponto de vista da crítica e o ponto de vista do leitor, tornando-se já um lugar comum dizer-se que um crítico literário somente dá valor àquilo que o leitor não gosta ou não compreende. Como se apenas a escrita ininteligível à maioria tivesse créditos no “mercado” da crítica. Mas o fenómeno inverso também ocorre. Obras que a maioria dos leitores intitula de meras vulgaridades e lugares comuns são alvo de críticas que as catapultam para a excelência apenas porque os seus autores são proeminentes cidadãos ou, no mínimo, participaram de uns programas de gosto duvidoso nas televisões e muito veiculados pelas revistas cor-de-rosa. Até porque a elite rende dividendos ao próprio crítico. Ainda que não sejam pecuniários, serão de carácter de emparelhamento na fama dos criticados.

Depois temos o reverso da medalha: os que escrevem de forma ímpar, não são conhecidos, têm muito sucesso aquando do seu aparecimento no mercado, merecem todas as honras, mas atingiram-no não por força do talento ( isso seria o mérito premiado), mas porque tiveram ajuda de um “bom amigo”. De fora, ficam os excelentes desconhecidos. Todos nós. Mais coisa, menos coisa.

Vejamos outras opiniões:

Álvaro Magalhães afirma que "há uma abundância deprimente de textos rasos, planos, ancorados no saber racional e enciclopédico". "A qualidade literária continua a ser sacrificada", resume o autor da coleção "Triângulo Jota".

Por seu lado, o escritor e ilustrador Emílio Remelhe avalia o presente como "um período fértil em quantidade, diversidade e qualidade, o que "permite a reformulação de estruturas e práticas".

(in http://www.jn.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=462854)

Assim sendo, remeto-me à minha singular atividade: a de incentivar os utilizadores do site EscritArtes.com a escreverem e a participarem neste e em outros eventos de caráter semelhante. Sem críticas ou juízos de valor. Deixo tudo isso para os leitores de mais este livro. Com votos de boas leituras. Ainda que as boas leituras de uns não sejam as de outros e vice- versa. A qualidade é um ente que agnósticos e crentes querem almejar. Inatingível!

 

A proprietária do site EscritArtes

 

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